Na estrada, com a Tenere e Serra Grande ao fundo. As estradas do Ceará são um convite aos passeios pela variedade de paisagens. |
temos o sertão, como uma grande riquesa de paisagens e pontos que precisam ser mais conhecidos. Juntando tudo isso às cidades históricas, como Icó e Aracati e temos um estado que vale a pena ser percorrido sobre duas rodas, para sentir melhor todas essas emoções.
A vontade de viajar para Jericoacoara (Jeri) vinha desde os tempos de adolescência, mas aproveitei o fato de estar de férias para enfrentar os quase 600km que separam Iguatu, cidade na região centro-sul do estado, de Camocim, cidade de uma amiga de infância que aproveitei para visitar.
Para quem quiser logo ver um resumo da viagem basta dar uma olhada nesse vídeo aqui que resume bem parte da viagem:
A VIAGEM
Estrada a caminho de Acopiara, uma rodovia em ótimo estado. O horizonte é um convite a percorrer essa distância. |
Estrada noturna, fim da madrugada. Um bom horário para iniciar as jornadas. |
Estação Férrea de Ipueiras, perto da Serra da Ibiapaba. |
Como todas as viagens mais longas, iniciei logo na madrugada, antes do sol sair. Por volta de quatro e meia da manhã eu já iniciava o percurso, rumo norte, para cruzar o estado. De modo geral, depois de viajar por praticamente todo o estado, podemos dizer que as rodovias do Ceará estão em bom estado para viajar. Saindo de Iguatu passamos por Acopiara, Mombaça e iniciamos a subida de uma serra para chegar em Pedra Branca. Muitas curvas, mas as condições da pista dão a segurança necessária para fazer sem medo.
Nesse percurso, ao invés de ir mais pelo centro do estado optei por abrir a rota mais para oeste para passar perto da Serra da Ibiapaba, a Serra Grande daqui. Paisagens impressionantes e cidades históricas que cresceram ao redor da linha de ferro que inicia em Camocim, construída pelos ingleses no século XIX. Muitas cidades para onde pretendo
retornar com mais tempo e uma paisagem de tirar o fôlego, viajando com a imponência da serra sempre nos olhos.
CAMOCIM:HISTÓRIA E BELAS PRAIAS
As águas claras de Camocim são mais um atrativo da cidade, com praias ainda tranquilas para um passeio |
A chegada em Camocim foi com uma boa sensação de vitória depois de passar a manhã sobre a moto. A cidade é bem sinalizada, como placas que orientam bem os visitantes e elas me conduziram logo para o cais do porto. A cidade se desenvolveu no passado por ter um porto movimentado e ser a estação inicial da linha férrea que corta a região norte do estado.
Apesar de muitos prédios estarem se deteriorando e abandonados dá pra perceber claramente o ar histórico da cidade. Logo na orla de Camocim da para ver a Ilha do Amor, um dos pontos turísticos do município, com belas praias e dunas altas para quem gosta de um pouco de adrenalina. A paisagem é um alento para os olhos, com o encontro do rio Coreaú com o mar formando uma foz com águas verdes.
Praia do Farol, em Camocim, Ceará, com um visual digno de cinema. Antes de ir para Jericoacoara passei dois dias conhecendo melhor a região. |
Passeio de moto pela areia da Praia do Maceió, Camocim, Ceará. |
Fim de tarde em uma das praias de Camocim. Para andar nas dunas é fundamental baixar a pressão dos pneus da moto. |
A aventura de moto envolve muita areia pelas dunas para quem pretende entrar no Parque Nacional de Jericoacoara pela Ilha do Amor, em Camocim. |
Pegando a balsa em Camocim para a Ilha do Amor. |
Eu e o Ronaldo, o guia desenrolado que ia em uma Fan150 |
A Praia de Jericoacoara, internacionalmente conhecida como uma das mais belas do mundo, fica dentro do Parque Nacional de Jericoacoara, uma área de preservação que passar por três municípios, mas a famosa praia pertence ao município de Jicoca. A rota mais comum é ir até a sede do município e de lá seguir, mas eu quis fazer uma rota diferente e cruzei, de Camocim, o Rio Coreaú em uma balsa rumo à Ilha do Amor.
Uma vez na ilha e com a ajuda de um guia,
diminuimos a pressão dos pneus e cruzamos a ilha passando por paisagens incríveis entre as dunas.
A pilotagem na areia requer muito mais cuidado e não se pode perder a firmeza no acelerador sob risco de desestabilizar e ir ao chão, o que não é de todo ruim, já que a areia é macia. Outro problema que pode acontecer é a moto atolar, especialmente motos de maior cilindrada, mais pesadas.
Na Duna do Funil, uma das paradas a caminho de Jericoacoara. |
Na hora de sair é preciso atenção para que o pneu não vá enterrando na areia fofa. A presença do guia é fundamental para as primeiras viagens, já que a paisagem das dunas muda constantemente com os ventos e a depender da maré é possível encontrar caminhos mais fáceis. Além disso o guia já sabe bons pontos para visitar, como a Duna do Funil, uma duna alta que termina em uma linda lagoa. No local exite um ponto de prática de skibunda, descendo a duna em alta velocidade sobre um ski apropriado.
Outro ponto de parada é a Praia de Tatajuba, onde há pequenas barracas rústicas servindo frutos do mar e sempre bem frequentadas pelos visitantes da região. Para chegar a essa praia passamos por trechos de entremaré para viajar mais tranquilamente na areia firme.
Cemitério do Mangue, um dos pontos turísticos na rota do Parque Nacional de Jericoacoara. |
Redes para descansar. Quando a maré sobe esse ponto fica com água na altura da rede. |
Travessia da segunda balsa para entrar no Parque Nacional de Jericoacoara. |
A VILA DE JERICOACOARA
Jericoacoara possui paisagens incríveis e gente receptiva. Ao fundo, na foto, a famosa Duna do Por do Sol, um ponto de encontro ao fim da tarde. |
A chegada na ilha, para quem vem pelo caminho que escolhi é ainda mais emocionante; é preciso acelerar firme as motos para subir a famosa Duna do Por do Sol e assim que se chega ao topo podemos ver uma paisagem de encher os olhos: a vila de Jericoacoara, a imensidão de dunas de areia branca de um lado e a imensidão azul do mar do outro lado, paisagem pontilhada pelos praticantes de kite e windsurf.
A imensidão das dunas de Jericoacoara. É comum a formação de lagoas de água cristalina entre elas durante a época chuvosa. |
Até eu tive meu momento de turistar pela praia, com a moto bem guardada. Essa é a vista da Duna do Por do Sol. |
Roda de capoeira ao fim da tarde em Jericoacoara |
A VOLTA PARA CASA
A ténére 250 e o mar de camocim, em mais uma viagem para guardar bem. |
Depois de gastar boas horas nas delícias de Jericoacora chegou a hora de voltar e aproveitei para seguir a indicação do guia, que havia me mostrado a trilha do mangue seco, que, segundo ele, evita tanta areia. Depois de uns poucos quilômetros em um trecho mais difícil de areia chega-se a uma estrada carroçal de boa qualidade que leva até Jijoca, a sede do município. De lá peguei a CE-085, a Rota do Sol Poente, para voltar passando por Fortaleza, 290km distante. A rodovia está em excelente estado, tendo mais de 100km duplicada. Um cuidado a se tomar, especialmente no trecho mais próximo de Jijoca é com os animais na pista, principalmente ovelhas. O trecho final já é feito com a vontade de voltar para aproveitar mais das águas boas e vento agradável de Jeri, mas isso é história para um outro dia.
muito bom cara
ResponderExcluirValeu!! Em breve mais viagens!!
ExcluirParabéns Calango Jan... Vc vivencia bem e honra o verdadeiro espírito do motociclismo de viagem. Abraço.
ExcluirParabéns amigo, em julho estarei tbm fazendo uma viagem de Fortaleza à Juazeiro do Norte. Quantos dias vc levou nessa sua viagem?
ResponderExcluirBom dia! De Iguatu a Camocim ao amanhacer e cheguei depois do almoço por lá. Passei dois dias por lá e segui para Jeri onde passei mais dois dias.
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